quinta-feira, 17 de novembro de 2011

palavras de razão

luz é vida que emana a verdade
enquanto me escondo no escuro
disparo culpas a tudo e todos
enquanto da vossa morte me curo

engano-vos por completo
ao dizer a verdade que não querem ouvir
desculpem-me amigos
mas o pior ainda está para vir.

amam o próximo dos próximos
quando o este já não vos satisfaz
vendem a todos o conteúdo de guerra
quando no rótulo se pronuncia a paz

guardem os vossos sorrisos
poupem as vossas palavras de razão
pois culpas que me põem encima
já vos rodaram de mão em mão

domingo, 15 de maio de 2011

O livro que não se esfolha.

se não for amor,
chama-lhe vício.
sentimento propício,
a não saber o seu início.

sou mar que só mexe,
contigo, meu vento.
confisco o teu tempo,
e roubo-o sem desalento.

a paciência é eufórica,
na minha noite és sol posto.
apago o teu gosto,
e pinto-o no meu rosto.


és água quem querem tocar,
mas nunca ninguém se molha.
és interdita a quem te olha,
como um livro que não se esfolha.

domingo, 1 de maio de 2011

Rapariga

rapariga, nao te rebaixes,
nao sabes onde vais parar.
não mostres quem tu és,
ao primeiro que se chegar.
não te dês nem te ofereças,
porque já te sei de cor.
e se sei o que virás a ser,
só nao te digo, porque é melhor.


trazes o mundo contigo,
e não o suportas na tua mão.
deixa-lo cair,
e seguras-te ao que te dão.
se te afundas é porque te mexes,
se páras é porque morres.
sustenta o teu fôlego ,
porque não sabes para onde corres.

sexta-feira, 25 de março de 2011

O meu "er"

tenho o poder de querer,
sem saber se o vou ter,
passo a vida a crer,
na vida que irei viver.

não sei se vou satisfazer,
a quem muito ficou por dizer,
nem sei se um dia vai ler,
os pensamentos que tento escrever.

tenho a ambição de enaltecer,
o interior que teima em se esconder,
mostro o que não dá para ver,
pois sei que um dia irá acontecer.

esta vontade de transcender,
a um novo eu, um novo ser,
farto-me de conviver,
com quem sei que vou perder.

memórias ao amanhecer,
teimam em não deixar conhecer,
aquilo que quero compreender,
preciso de força para sobreviver.

também sei que irá desaparecer,
muito antes de convalescer,
arrependo-me do que nunca irei fazer,
mas farei muito mais quando morrer.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

és a nostalgia que quase me mata.

não é obrigação é tradição
é o habito, é o costume
é a força que me transmites
é o teu calor, o teu perfume
é toda a energia que me dás
é o teu olhar que me enaltece
és o calor que me mantém vivo
quando todo este mundo me arrefece

sei que é clichê, mas o que sinto é o que sou
não menos que ninguém nem mais que aquilo que dou
e se sou o que mereces faço assim por sê-lo
com o teu coração nas mãos, esforço-me para assim tê-lo

quero fazer bem por ti, pois sinto e sei que é certo
para ti estou aberto, e pode até ser incorrecto
mas não me influencio pelo que os outros têm de concreto
é timidez, é falta de palavras, é esforçar-me para ser directo

ainda não te conheci mas sinto que já sou completamente teu
sei que devo de pensar assim, e sei bem o que me deu
pois não quero mais pensar em contradições
nem quero fazer planos de um futuro imerso de ilusões

vivo o meu presente, pois nele és a minha constante
apesar de estarmos tão perto sinto-te tão distante
mas não tenhas medo, pois o nosso passado a dois já morreu
e todos os maus momentos são lições de quem não esqueceu

não sei o que queres mas sei bem aquilo que ambicionas
procuras bem estar e amor em todos os sítios, todas as zonas
não te retraias de ti nem te escondas na tua timidez
leva-te por quem te ama, e não te encarceres de porquês

terça-feira, 28 de setembro de 2010

cada dia em cada hora

cada hora de cada dia
e cada dia em cada hora
eu espero aqui, morto
enquanto vivo a tua demora

minutos não param
toda a vida corre
a solidão abranda
a esperança morre

as paredes engolem-me
a vida cospe-me no chão
o calor congela-me
o meu tempo é em vão

caminho muito longe
para tão perto do que sou
revejo tudo aquilo
em que o rancor me tornou

solto-me no horizonte
onde só tu me consegues ver
desapareço dentro de ti
para nunca mais te ter

de joelhos suplico
para saber onde estou
e este caminho que me escolheste
é para onde mais ninguém viajou

sábado, 25 de setembro de 2010

Sonhos

sonhos enormes interiorizados
em criaturas inferiores
mostram o quão fracas
são nos seus interiores

sonhos seguram-nos forte
a quem sonhamos ter
lado a lado com quem
para sempre possamos viver

sonhos tornam-se realidade
quando a fantasia já não fala
e a voz da força de vontade
é aquela que nunca se cala

sonhos fazem-nos voar alto
até onde nunca fomos
e se acreditámos neles
é porque hoje somos o que somos

sonhos juntam-se e misturam-se
e apagam qualquer dor
e se eu e tu sonhamos
é porque é puro amor.